Segundo CNJ, duas unidades onde ocorreram motins foram consideradas ‘péssimas’ após inspeções em dezembro do ano passado e janeiro deste ano; em 2018, 9 presos morreram em conflitos.
O Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, local onde ocorreram três rebeliões em menos de uma semana, abriga quase três vezes mais presos do que a capacidade para a qual foi projetado. As duas unidades que foram cenário dos motins entre segunda-feira (1º) e esta sexta-feira (5) foram consideradas “péssimas” pelas inspeções do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) (veja abaixo).
O G1 teve acesso aos relatórios de inspeções feitos pelo CNJ entre dezembro do ano passado e janeiro deste ano. O trabalho do conselho identificou que o Complexo Prisional, que tem capacidade para pouco mais de 2 mil detentos, abrigava, na data das inspeções, mais de 5,8 mil presos.
Empossado nesta tarde como diretor Geral de Administração Penitenciária, o coronel Edson Costa afirmou que as inspeções feitas pelo CNJ, bem como a possível visita a Goiás da presidente do Supremo Tribunal Federal (STJ), a ministra Cármen Lúcia, devem contribuir para a elaboração de uma força-tarefa para diminuir os problemas do sistema prisional.
“Fico muito feliz que o CNJ tenha conseguido fazer essa avaliação. E o próprio conselho sabe que esse carimbo vale para 97% dos presídios do país. Então acho ótimo que a ministra Cármen Lúcia venha aqui, que seja estabelecido uma força tarefa para discutir essa questão”.
“Que o país ache a solução, assim como achou a solução para construir estádios de futebol durante a Copa”, disse o diretor.
Segundo dados do CNJ, Goiás tem 7,4 mil presos em regime fechado, 2,5 mil em regime semiaberto e 783 em regime aberto. Além deles, existia, até a manhã desta sexta-feira, 8,8 mil presos provisórios.
O Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, o maior do estado, abriga cinco presídios: a Penitenciária Coronel Odenir Guimarães (POG), onde ocorreu uma rebelião na manhã desta sexta-feira, a Casa de Prisão Provisória (CPP), a Penitenciária Feminina Consuelo Nasser, o Núcleo de Custódia, e a Colônia Industrial e Agrícola do Estado de Goiás, onde ocorreram dois motins esta semana, o primeiro deles com 9 mortos e 14 feridos.
A POG, onde ocorreu o motim desta sexta-feira, abriga 2,7 vezes a sua capacidade. Já a Colônia Agroindustrial, onde ocorreram as duas outras rebeliões, tem 2,6 vezes a lotação máxima.
Veja qual é a situação em cada um dos presídios:
Penitenciária Coronel Odenir Guimarães (POG):
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