Com histórico de gols rápidos nos torneios em casa, Brasil quer melhorar desempenho e manter concentração da estreia, dessa vez, com a energia da Bahia
Sempre que a seleção brasileira joga em casa há o costume de prever como será a relação com a torcida. Outro clichê está na expectativa de que a equipe seja mais bem recebida no Nordeste. Nesta terça-feira, o Brasil enfrenta a Venezuela, às 21h30, na Fonte Nova, em Salvador, em mais um teste que extrapola aspectos táticos e técnicos, e entra com tudo na mente dos jogadores.
Na estreia, se por um lado a Seleção deixou a desejar no desempenho em parte da vitória por 3 a 0 sobre a Bolívia, especialmente no primeiro tempo, por outro obteve conquista rara. Foi a primeira vez, dentro dos quatro torneios sediados em casa nos últimos sete anos, que a equipe venceu sem ter feito gols no primeiro tempo.
Daniel Alves conta com axé da Bahia, sua terra, para a Seleção vencer a Venezuela — Foto: Lucas Figueiredo/CBF
Aquele gol “anti-vaia”, “antinervosismo”, que carrega o torcedor para o lado. Quanto mais demora para abrir o placar, mais improvável se torna o triunfo. No Morumbi, a torcida vaiou ao fim da etapa inicial, mas os comandados de Tite cumpriram um dos mandamentos do técnico: manter o nível alto de concentração durante toda a partida.
– Nossa cabeça nos comanda. É a experiência que tive. No Corinthians, demorou seis meses para o torcedor entender o jeito que a equipe jogava, que não iria jogar com bola longa porque a característica era rodar. É uma variável que não temos condições de controlar, mas temos que saber lidar com pressões, compreender, mas ficar atentos a fazer o melhor trabalho. Ao desempenho individual, coletivo, e saber absorver as melhores situações – comentou Tite.
A série de torneios importantes no Brasil teve início com a Copa das Confederações, em 2013. Luiz Felipe Scolari comandou uma blitz. Em três dos cinco jogos da campanha do título, o primeiro gol saiu antes dos 10 minutos – duas vezes com Neymar e uma com Fred.
● Minuto do 1º gol da Seleção: 9
- 19 jogos
- Nas 12 vitórias, apenas na de sexta passada o placar não foi aberto no 1º tempo
- Nessas mesmas 12 vitórias, 8 vezes o gol saiu antes dos 20 minutos do 1º tempo
Na Copa do Mundo do ano seguinte, em três das sete partidas disputadas o Brasil não marcou no primeiro tempo. Não venceu nenhuma: 0x0 com o México e as derrotas acachapantes para Alemanha (1×7) e Holanda (0x3). O cenário se repetiu na Olimpíada. Antes de comemorar a medalha de ouro, o time sofreu nas duas primeiras partidas e amargou empates sem gols contra as fragílimas seleções sub-23 de África do Sul e Iraque.
Nesta terça, a seleção brasileira aposta no “axé diferente” que emana de Salvador. Na energia baiana. Mas diz estar preparada também para os apupos.
– Como ser humano, sempre criamos expectativa positiva, mas temos que estar preparados se não acontecer. A Bahia tem uma história muito bonita em relação de apoio e às vezes fica brava porque não convocou o Charles (ex-atacante do Bahia que ficou fora da Copa América de 1989 e causou vaias e até uma ovada da torcida em Renato Gaúcho). É humano – disse Tite.
Formação da seleção brasileira para o jogo desta terça-feira, contra a Venezuela — Foto: GloboEsporte.com
BRASIL x VENEZUELA
Local: Arena Fonte Nova, em Salvador
Data e horário: terça-feira, às 21h30 (de Brasília)
BRASIL: Alisson, Daniel Alves, Marquinhos, Thiago Silva e Filipe Luís; Casemiro e Arthur; David Neres, Coutinho e Richarlison; Firmino. Técnico: Tite
Reservas: Cássio, Fagner, Militão, Miranda, Alex Sandro, Fernandinho, Allan, Paquetá, Willian, Everton e Gabriel Jesus
Desfalque: Ederson (lesão na panturrilha direita)
VENEZUELA: Fariñez, Rosales, Chancellor, Villanueva e Hernández; Moreno, Herrera, Rincón, Murillo e Savariano (Soteldo); Rondón. Técnico:Rafael Dudamel
Arbitragem: Julio Bascuñan, auxiliado por Christian Scheimann e Claudio Ríos (todos do Chile); VAR: Roberto Tobar (CHI), auxiliado por Fernando Rapallini (ARG) e Alexander Guzmán (COL)
Transmissão: o jogo entre Brasil e Venezuela terá transmissão ao vivo na TV Globo e no GloboEsporte.com para todo o Brasil com narração de Galvão Bueno, comentários de Júnior e Casagrande, e reportagens de Tino Marcos e Eric Faria (com Paulo César Oliveira na Central do Apito). O SporTV também transmite ao vivo para todo o Brasil com narração de Luiz Carlos Jr., comentários de Lédio Carmona e Ricardinho, e reportagens de Julia Guimarães e André Gallindo (com Sálvio Spinola Fagundes Filho na Central do Apito). O GloboEsporte.com também faz duas “lives – uma antes e uma depois do jogo – com análises e entrevistas, além da transmissão com duas opções de narração: uma com a equipe da TV Globo comandada por Galvão Bueno e uma com o time do Falha de Cobertura.
Tempo Real: no GloboEsporte.com, a partir das 19h30
GE Por Alexandre Lozetti e Raphael Zarko — Salvador
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