Geograficamente, a Região Nordeste é uma das cinco regiões do Brasil definidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 1969. São identificados três tipos de climas ao longo da região Nordeste: tropical, semiárido e equatorial úmido. No estado da Paraíba, o clima é muito parecido com os outros estados nordestinos. No litoral a chuva é mais frequente, enquanto no interior é mais seco e árido. Duas Estradas se encontra no interior Paraibano.
Do ponto de vista Histórico, Duas Estradas teve sua fundação em 1961, bem antes de sermos Nordeste, éramos Norte, bem antes de sermos Duas Estradas, fomos Vila Costa. Esses lugares foram inventados? Devido ao clima que enfrentamos um autor Paraibano, a muito aqui residente escreveu o livro: Sob o sol do Nordeste – claro a obra nada tem haver literalmente com o município – simbolicamente é claro, cria uma narrativa que se aproxima do pensamento politico da época, de que o Nordeste era um lugar de seca, e por isso de difícil desenvolvimento.
‘’A sede sempre foi um grande problema aqui nessa cidade, mas a parti de agora estamos buscando uma solução para esse problema. Construiremos algumas cisternas, chafariz, e também buscaremos colocar cata-ventos, para puxar água de poços, tudo isso será feito, para que as mais diversas comunidades possam ter água, e amenizar a seca de Duas estradas‘’. (Trecho de um discurso, proferido pelo ex-prefeito João Costa). Assim foram anunciadas medidas que trouxeram novas possibilidades, era uma solução para a seca que enfrentávamos, mas o tempo e o desleixo dos administradores que o precederam trouxeram a triste realidade de novo: A falta de água.
Pois bem, assim como para a Região, para o Estado, e para a cidade, a sede vai se tornando uma arma politica, um assalto de votos. Hora são heróis por ‘’trazerem’’ água, hora usa a ausência dela como narrativa politica, para criar na população um sentimento de revanchismo, e uma sensação de abandono. O tempo, e a falta de atenção, fez das soluções construídas, uma tragédia de ruínas e novas necessidades, as cisternas estão inativas, o chafariz abandonado, os cata-ventos já não giram mais, e o que sobrou foi à velha necessidade, a água, liquido essencial a vida. No entanto, como a História não se repete, hoje a falta de água em Duas Estradas tem sido usado como artificio de criticas ao Governo do Estado, e não mas como uma problemática social, passível de criar uma ponte de para a solução com o povo.
É claro e evidente que a falta de água incomoda a Gregos e Troianos, é verdade que os nossos representantes de toda ordem no município, e os deputados estaduais nele votados, também não fazem nada por esse lugar, estamos bem esquecidos. O que restam são discursos e falsas revoltas, por ausência de um projeto bem abalizado. O que cobram do Estado beira o absurdo, e a irracionalidade. O nosso grande problema talvez seja a falta de racionalidade de uma classe politica acostumada com a inercia, e com a reeleição fácil, por meio dos mais baixos mecanismos, a necessidade do povo, e a promoção da miséria. Sim a promoção da miséria, e hoje da sede são artifícios, armas politicas. A sede como forma de critica ao governo do Estado, aproveitando-se da necessidade urgente das pessoas, criando neles um sentimento de abandono, que maquiam não existir dentro do governo municipal, pois a má distribuição da água dentro do município é evidente, embora seja esta de qualidade duvidosa.
O fato de ir até a Granja Santana, tenham certeza, nada significa, no entanto retifico a importância de que o governo seja notificado de nossa situação hídrica, mas sem esquecer que seria necessário ter um projeto bem estruturado e detalhado, para demonstrar por meio dele uma solução viável com estudos que dessem fomento a construção de possibilidades e soluções viáveis que saltassem a retórica. A solução está longe da falácia de fazer previsões precipitadas ao repetir em grupos de WhatsApp que ‘’a solução seria chover cinco dias seguidos de uma chuva forte‘’, ou ainda estimular o revanchismo aproveitando-se da necessidade das pessoas para dizer ‘’o governo tem que fazer a transposição de Araçagi, as pessoas não querem saber de projetos, mas de solução‘’. A pergunta que fica é; Será que essa seria a solução permanente?
Pois a situação dos mananciais em Araçagi não é das melhores, em virtude do forte desmatamento da mata ciliar e do indicie pluviométrico baixo, ano após ano naquele município, quiçá em nossa região. O fato porém de maior preocupação, é o uso de veneno na cultura do abacaxi próximo as afluentes do Rio Araçagi, poluindo uma água que com a ampliação por meio de adutora já anunciada pelo Governo do Estado, passará a abastecer inúmeras municípios do Brejo Paraibano.
É importante destacar que todo e qualquer projeto requer autores, e esses não são feitos pela retórica nas ilhas sociais – mídias sociais; Blogs a serviço da municipalidade, facebook, WhatsApp e afins – requerem estudos minuciosos, e de viabilidade, sobretudo quando estamos tratando de questões de ordem hídrica. Não se pode simplesmente abrir uma discussão que não apresenta nenhuma racionalidade, ou planejamento. O que me faz pensar que mais valeu as diárias para a Granja daqueles que bem já ganham, do que a busca por uma solução suficientemente necessária e racional.
Concordo que todos nós ao não termos o mínimo lamentamos, e por vezes nos desesperamos, mas a busca por soluções inviáveis e a tentativa de transformar uma necessidade dos Duas Estradenses numa narrativa politica e partidária, é de uma irresponsabilidade tamanha. Portanto apresentar soluções se faz necessário, mas sem adotar um discurso reacionário, ou paliativo, pois o que menos precisamos é de pessoas fascistas, que se ocupem e sejam pagas – as vezes até com o dinheiro público – para espalharem asneiras e debilidades nas redes sociais.
Por: João Paulo Ferreira