Martinho da Vila foi eleito personalidade do ano
Desfile do Salgueiro na Marquês de Sapucaí, na segunda noite do carnaval do Rio – Alexandre Cassiano / Agência O Globo
RIO — A Acadêmicos do Salgueiro ganhou o Estandarte de Ouro de melhor escola do Grupo Especial. Este ano, as mulheres negras foram as estrelas do desfile da vermelha e branca. A escola — dirigida por uma mulher e que, em 2007, já tinha cantado as Candaces, para celebrar as figuras femininas nas culturas da África e do Brasil — voltou à temática, desta vez com o carnavalesco Alex de Souza, que estreia na agremiação Tijucana.
A lista completa dos vencedores
Passaram pela Avenida as heroínas do passado, como as deusas egípcias, as soberanas de Angola e as líderes quilombolas. Num dos carros, sobre as rainhas do Norte africano, uma grande escultura representou a deusa da fertilidade, Ísis, amamentando seu filho, Hórus. Mas foram homenageadas também as guerreiras da modernidade, muitas delas chefes de família. Da mesma forma que foram lembrados enredos da própria agremiação, que ajudou a revelar ao país histórias como a de Chica da Silva.
Portela e Salgueiro concorrem com Mangueira pelo título de campeã do carnaval
No ano em que completa 80 anos, Martinho da Vila foi considerado personalidade do ano pelo Júri do Estandarte.
Leandro Vieira, da Mangueira, vai receber o prêmio de melhor enredo, com “Com dinheiro ou sem dinheiro, eu brinco”, uma crítica ao corte de recursos repassados às escolas de samba pela prefeitura do Rio.
O melhor samba-enredo foi o da Mocidade Independente de Padre Miguel, com “Namastê… A estrela que habita em mim saúda a que existe em você”, dos compositores Altahy Veloso, Zé Glória, Paulo Cesar Feital, J Giovanni, Denilson do Rosário, Alex Saraiça e Carlinhos da Chácara e T. Meiners. Para o júri, o samba-enredo teve grande execução na Avenida e emocionou o público.
Compositor da Mocidade celebra: ‘Emocionado ainda’
A Mocidade também levou o prêmio na categoria bateria, comandada pelo mestre Dudu.
Além dos pretos velhos, comissão de frente trazia negros escravizados, presos por correntes e com marcas de açoite – Gabriel de Paiva / Agência O Globo
Já a mellhor comissão de frente foi a do Paraíso do Tuiuti. “O grito de liberdade” era o nome da ala, que arrancou aplausos e lágrimas de emoção de quem acompanhou o desfile na Marquês de Sapucaí. Com a pergunta-enredo “Meu Deus, meus Deus, está extinta a escravidão?”, a escola de São Cristóvão questionou o fim do trabalho escravo no Brasil 130 anos após a assinatura da Lei Áurea.
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A Grande Rio conquistou os prêmios de melhor mestre-sala, com Daniel Werneck, e porta-bandeira, Verônica Lima. Para os jurados, embora o julgamento do quesito seja individual, a harmonia do casal na Avenida fez a diferença.
O prêmio de melhor puxador foi para Tinga, da Unidos da Tijuca. O intérprete começou a carreira nos anos 1990, na Vila Isabel. Ele também passou pelo carnaval de São Paulo.
André Samma, da Vila Isabel, ganhou o Estandarte de melhor passista masculino. No feminino, o prêmio foi para Daniele, da Grande Rio. (Confira imagens do desfile da Grande Rio)
O Estandarte de melhor ala das baianas ficou com a Mangueira. A Estação primeira também faturou na categoria ala, a Garra Mangueirense, com o figurino “Bloco de sujo ou vem como pode no meio da multidão”.
Raphaela, porta-bandeira da Império Serrano, foi escolhida revelação do ano pelos jurados.
Na categoria inovação, os jurados entenderam que a interação de imagens de um telão com os componentes da comissão de frente da Grande Rio foi o uso criativo, oportuno e adequado da tecnologia nos desfiles.
O GLOBO Rio
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