Saúde pode ser afetada por clima de animosidade e discordância com família e amigos.
Foto Arte G1: Ana Escobar: Médica Pediatra e professora na Faculdade de Medicina da USP
O país está se estranhando. As pessoas estão belicosas, arredias, ansiosas, hostis, desconfiadas e sobretudo divididas em um dos 3 grupos: “fascista”, “esquerdopata” ou “isentão”.
O clima eleitoral está, neste momento, fazendo amigos antigos tornarem-se novos inimigos políticos. Muitas pessoas já saíram dos grupos de familiares por brigas, discussões e/ou quaisquer postagens específicas relativas a um dos “lados” que se estão digladiando nestas épocas eleitorais pouco educadas.
Quem não quer votar em ninguém também não escapa: é o famoso “isentão”.
Uns falam abertamente o voto. Outros espreitam o ambiente e dependendo das tendências, decidem se emitem (ou não) uma opinião. Definitivamente não está fácil.
Os meios de comunicação e as plataformas digitais nos estão bombardeando com vídeos, propagandas, fake news, fotos, piadas e tudo que possa existir, com poucas verdades e muitas mentiras sobre os candidatos que ainda estão disputando um cargo.
Ter o direito de emitir uma opinião é exercer o jogo democrático com plenitude. Respeitar ideias divergentes também. Só que não é o que observamos no momento. Os ânimos acirrados e as emoções tortuosas e polarizadas ultrapassaram o limite do saudável e entraram no terreno perigoso da irracionalidade política, que muito se assemelha a uma torcida organizada que facilmente embota a compreensão racional e nos torna mais “irracionais”. Isso é muito perigoso.
Calma, pessoal. Eleição é coisa séria, não há a menor dúvida. Vamos todos definir os rumos de um país que no momento está polarizado. Exatamente por isso devemos ouvir um pouco a voz da razão e lucidamente entender que as convicções políticas de cada um devem ser respeitadas e ponto final. Argumentos devem ter em seus contrários contra-argumentos racionais e não xingos agressivamente hostis, seja de um lado ou de outro.
Resultado de tudo isso: sua saúde pode ser afetada. Há estudos demonstrando que eleições tensas, divididas nos extremos, como a que ocorreu recentemente nos Estados Unidos, propiciaram o aparecimento de doenças como hipertensão e crise hipertensiva, ansiedade, depressão, estresse e alterações gastrointestinais.
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