Ao menos uma em cada sete crianças ou adolescentes passou a maior parte do último ano confinada, aumentando a ansiedade e a depressão.
Ao menos uma em cada sete crianças ou adolescentes passou a maior parte do último ano confinada, aumentando a ansiedade e a depressão. — Foto: Tina Floersch / Unsplash / Divulgação
“Aumentou o número de crianças com fome, isoladas, abusadas, ansiosas, que vivem na pobreza e são forçadas a se casar”, disse Henrietta Fore, diretora executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em nota divulgada no aniversário de um ano da declaração da pandemia de Covid-19 pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
“O acesso à educação, socialização e serviços essenciais, incluindo saúde, nutrição e proteção diminuiu. Os sinais de que as crianças carregarão as cicatrizes da pandemia nos próximos anos são inconfundíveis”, continuou Fore na nota.
Diante de tais efeitos “devastadores”, o conselho do Unicef instou a colocar as crianças “no centro dos esforços de recuperação”, em particular “priorizando escolas nos planos de reabertura”.
A Unicef citou uma série de números preocupantes em apoio às observações de Fore.
Embora a pandemia tenha atingido principalmente adultos mais velhos, crianças e adolescentes com menos de 20 anos respondem por 13% dos 71 milhões de casos de coronavírus relatados nos 107 países que forneceram dados específicos de idade.
Para 168 milhões de alunos no mundo, as escolas estão fechadas há quase um ano. Um terço deles não tem acesso a educação online.
Como resultado do fechamento de escolas e da piora da situação econômica, a pandemia também pode levar ao casamento de 10 milhões de crianças até 2030, somando-se às 100 milhões de meninas já consideradas em risco de casamento até então.
Além disso, pelo menos uma em cada sete crianças ou adolescentes passou a maior parte do último ano sob ordens de confinamento, aumentando a ansiedade, a depressão e o isolamento.
O coronavírus também tem causado a suspensão das campanhas de vacinação contra outras doenças, como o sarampo, em 26 países, aumentando as ameaças à saúde dos não imunizados.
G1 Por France Presse