Boletim do Ministério da Saúde relata ainda necessidade de mais testes para a Covid-19.
Leitos de UTI na rede pública do Distrito Federal — Foto: Secretaria de Saúde/Divulgação
Novo boletim do Ministério da Saúde divulgado nesta quinta-feira (9) alerta para preocupações da pasta na preparação do país para o enfrentamento do pico da pandemia. Entre outros pontos, o documento lista como pontos de preocupação: a limitação de testes para o vírus, falta de vagas em Unidades de Tratamento Intensivos (UTI) e falta de treinamento dos profissionais da saúde para lidarem com algumas situações.
No boletim, o Ministério apresenta as soluções que estão sendo implantadas e também as preocupações e possíveis problemas que o sistema de saúde pode enfrentar.
Em um trecho , o documento afirma que há carência de trabalhadores de saúde capacitados em algumas funções específicas, como o manejo de equipamentos de ventilação e pessoas capacitadas para a atenção primária em casos gripais.
“Há carência de trabalhadores de saúde capacitados para manejo de equipamentos de ventilação mecânica, fisioterapia respiratória e cuidados avançados de enfermagem direcionados para o manejo clínico de pacientes graves de COVID-19 e trabalhadores treinados na atenção primária para o manejo clínico de casos leves de Síndrome Gripal” – Boletim Epistemológico da Covid-19, número 8, do Ministério da Saúde..
O Ministério reconhece que faltam leitos de UTI para a fase mais crítica da pandemia. “Os leitos de UTI e de internação não estão devidamente estruturados e nem em número suficiente para a fase mais aguda da epidemia”.
Testes e cloroquina
Segundo o documento, a capacidade laboratorial do Brasil ainda é insuficiente para dar resposta a fase mais crítica da epidemia. “Até o momento foram registradas 25.675 hospitalizações por Síndrome Respiratória Aguda Grave no Brasil, sendo apenas 7% (1.769/25.675) confirmadas para COVID-19.”
O relatório afirma que, atualmente, o Brasil tem capacidade de processar aproximadamente 6.700 testes por dia. Mas que para o momento mais crítico da emergência, será necessária uma ampliação para realização de 30 a 50 mil testes de RT-PCR por dia.
Sobre a cloroquina, o ministério assume que ainda há necessidade de mais testes antes do uso em larga escala.
“Apesar de alguns medicamentos serem promissores, como a Cloroquina associada à Azitromicina, ainda não há evidência robusta de que essa metodologia possa ser ampliada para população em geral, sem uma análise de risco individual e coletivo. Nunca foi utilizada dessa maneira em larga escala. Precisa-se de mais duas a três semanas para que os resultados sejam efetivamente robustos e apoiem a adoção dessa medida” – Boletim Epistemológico da Covid-19, número 8, do Ministério da Saúde.
O uso da cloroquina é alvo de estudos. Apesar de evidências positivas, não há resultados conclusivos e médicos alertam para os efeitos colaterais, como a arritmia cardíaca. A Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que nenhum medicamento, até agora, se mostrou seguro e eficaz contra a Covid-19. No Brasil, o Ministério da Saúde divulgou protocolo que indica o uso da cloroquina para pacientes graves e moderados. (Leia reportagem completa: Uso da cloroquina contra o coronavírus é alvo de estudos e testes; entenda riscos)
Por G1
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