Mulher conta como ficou sabendo da vida sexual secreta do homem com quem vivia há mais de 20 anos e com quem tinha dois filhos.
Foto: KAREN CHARMAINE CHANAKIRA/BBC
Há quem duvide que exista vício em sexo, mas com certeza existem pessoas que tiveram suas vidas afetadas por comportamentos sexuais compulsivos. A jornalista Sangita Myska, apresentadora do podcast da BBC Viciados em Sexo, entrevistou algumas dessas pessoas: uma delas é uma mulher que, após 20 anos de casamento, descobriu que seu marido tinha uma vida secreta.
Abaixo, contamos sua história por meio da transcrição de sua entrevista à BBC. Ela pediu que seu nome não fosse revelado.
“Sempre pensei que tinha um casamento bastante normal. Nós namoramos por alguns anos, depois nos casamos e ficamos juntos por duas décadas. Tivemos filhos.
Meu marido era um homem de negócios bem sucedido, que viajava bastante a trabalho. Eu ficava muito em casa, sozinha, cuidando das crianças. Ele voltava nos finais de semana. Sempre achei que tínhamos uma relação normal. Ele parecia feliz quando estava em casa. Eu não tinha noção do que estava acontecendo.
Então um dia precisei entrar em seu escritório para procurar alguma coisa. Seu notebook estava aberto. Eu nunca tinha olhado nada no computador dele, mas a tela estava aberta em seus e-mails, e vi uma mensagem que mostrava uma reserva em um hotel em Londres. A reserva estava marcada para um dia depois que eu tinha planejado sair com uns amigos, de férias. Pensei: ‘Isso é estranho. Por que ele reservou um quarto de hotel?’ Não conseguia entender.
Passei todo o dia pensando sobre o que eu tinha visto. Mais tarde, quando eu fui deitar, aquilo ainda estava na minha cabeça. Tomei coragem e perguntei a ele sobre aquela reserva de hotel. E ele não respondeu.
O silêncio dele me mostrou que havia algo terrivelmente errado. Pareceu uma eternidade. Depois do que achei ser meia-hora, mas talvez tenha sido apenas dois minutos, eu me levantei e perguntei: ‘O que está acontecendo?’.
Foto: KAREN CHARMAINE CHANAKIRA/BBC
Não me recordo exatamente quais foram as palavras dele, mas basicamente ele se desculpou e disse que estava se encontrando com outra pessoa. Nesse ponto, peguei meu roupão e saí do quarto, descendo as escadas. Eu não podia mais ficar no mesmo quarto que ele. Comecei a chorar.
Logo depois, ele desceu e se sentou na minha frente. Disse o quanto ele estava arrependido. Ele contou que havia começado a frequentar clubes de striptease há algum tempo e que havia conhecido uma dançarina, e acabaram ficando próximos. Ele disse que havia reservado o quarto porque iria encontrá-la, a fim de levar o relacionamento adiante.
Perguntei se eles já havia feito sexo. Negou, dizendo que havia algumas “provocações”, mas nada mais do que isso.
Eu queria acreditar nele. Acho que estava absolutamente desesperada para acreditar nele. Eu estava terrivelmente triste, mas pensei: ‘ok, podemos superar isso, ele é apenas um homem de meia-idade em um momento de loucura. Vamos passar por isso’.
Como eu iria passar alguns dias fora com meus amigos, pensei que poderia ser um bom momento longe dele para processar meus pensamentos.
Não contei nada a meus amigos, queria guardar essa história comigo mesma. Foram dias muito, muito difíceis: não conseguia dormir nem comer direito. Olhando para trás, não sei como consegui passar por aquilo.
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