Reunidos em São Paulo, gestores da saúde pedem que população tome a vacina, mas campanhas em distritos e em prazos diferentes, além da disponibilidade do imunizante, continuam desafios.
Gestores ligados à saúde discutem desafios do combate à febre amarela em São Paulo (Foto: Monique Oliveira/G1)
Além das medidas para tentar garantir a imunização contra a febre amarela em um período curto de tempo — o que incorreu em estratégias como a divisão das doses –, gestores têm frisado a importância de que a população-alvo, de fato, compareça para tomar a vacina.
A ideia é que não se fale mais em surto de febre amarela em 2019. No entanto, governos também vão ter de encarar uma vacinação escalonada, dividida por distritos, em campanhas com prazos diferentes — o que pode confundir a população.
Reunidos na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo nesta segunda-feira (5), gestores ligados à saúde discutiram esses e outros desafios que deverão ser superados para que não ocorram novos surtos de uma doença para a qual há um método de prevenção disponível.
Cabe lembrar que, diferentemente de outras doenças transmitidas por mosquitos, como dengue e zika, a febre amarela possui uma vacina eficaz que pode ser usada em público amplo — e isso faz com que haja a possibilidade de que ela tenha um destino diferente de suas “comparsas”.
“Temos a vacina. Não tem motivo para as pessoas ficarem expostas. Nós não podemos estar discutindo surto de febre amarela em 2019”, diz Adeilson Loureiro Cavalcante, secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.
Representando o ministro Ricardo Barros, Cavalcante afirmou ainda que o Ministério da Saúde garantirá toda a infraestrutura necessária para que isso aconteça.
Na esteira da garantia da imunização, também David Uip, secretário de Saúde do Estado de São Paulo, defendeu a “capilarização da informação”; ou seja, que a ideia da importância da vacina chegue aos quatro cantos do país.
“O benefício da vacina é muito maior que o risco. Essa é a unica forma eficaz de prevenção”, disse. “A vacina não é perfeita, mas é o que temos disponível.”
“Nós temos a situação sob absoluto controle, o que não significa que não teremos desafios”, continuou Uip, frisando que São Paulo agiu rápido contra a doença desde o registro de mortes em macacos no início de 2016.
Vacinação em fases e disponibilidade de doses
Se de um lado, gestores clamam sobre a importância de tomar a vacina, e falam sobre a ampliação da disponibilidade de imunizantes para todo o país; nesse momento, a vacina continua restrita a algumas regiões.
No estado de São Paulo, a campanha está na região Norte e em alguns lugares da região Leste. Quem procurar em outros locais, não irá encontrar o imunizante.
Isso porque São Paulo deve administrar as 2 milhões de doses mensais que o Ministério da Saúde disponibiliza por mês, diz Wilson Pollara, secretário de Saúde do município de São Paulo.
Com isso, a meta de vacinar 12 milhões de paulistanos será feita em 6 meses.
Pollara explica ainda que não haverá um momento em que todos os postos de saúde terão a vacina: todo o processo será feito em fases até atingir todo o estado. Ou seja, serão prazos diferentes, em diferentes regiões.
Mesmo assim, “o objetivo é vacinar todo o estado de São Paulo”, diz Uip.
Na outra ponta, o Ministério da Saúde tem buscado ampliar a disponibilidade de doses — o que será feito com um acordo de transferência de tecnologia da Fiocruz, laboratório público que fabrica a vacina, para um laboratório privado: a Libbs.
Com o acordo, a pasta espera garantir o suprimento de doses para São Paulo e para outras regiões do país.
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