g1 contou as histórias de Yasmin Gouveia e Danubya Lima, que empreenderam em diferentes áreas em Caruaru, no Agreste de Pernambuco.
Danubya Lima (esq.) e Yasmin Gouveia (dir.) são empreendedoras em Caruaru — Foto: Arquivo pessoal
A luta das mulheres por igualdade social e por mais espaço no mercado de trabalho vem de muitos anos. O dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, é uma data para marcar tal luta. Apesar de muitas conquistas ao longo de décadas, as mulheres ainda enfrentam diversos desafios diários, sendo um deles o ato de empreender, de ser dona do próprio negócio.
Dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que cerca de 9,3 milhões de mulheres estão à frente de negócios no Brasil e que, em 2018, elas já eram 34% dos “donos de negócio”, conforme consta no portal do Sebrae. Yasmin Gouveia e Danubya Lima, que moram em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, estão estes milhões de empreendedoras.
Apaixonada por cozinhar e fazer doces desde os 12 anos, a empreendedora Yasmin Gouveia teve a ideia de criar a Dona Doce depois que descobriu que estava grávida do terceiro filho, Antônio. “Eu vi a necessidade de ajudar Alysson, que é meu esposo, em relação aos meninos. Chegando mais um filho, as despesas iriam aumentar bastante. E eu tinha passado um tempo meio que estagnada. Quando Antônio nasceu, eu passei uns meses só cuidando dele e depois comecei a pensar no que eu poderia fazer para começar a ajudar Alysson, que na época era baterista de uma banda”, contou ao g1.
Yasmin Gouveia, ao lado do marido, Alysson Gouveia, que sempre a ajudou no empreendimento — Foto: Arquivo pessoal
Aos poucos, a produção de doces foi aumentando. De 15 sobremesas por dia, Yasmin passou a produzir 100. Mas surgiu um fator que ela não contava: a pandemia de Covid-19. A empreendedora não poderia mais fazer sobremesas para vender no Centro e o marido dela não poderia mais tocar na banda, já que os shows haviam sido suspensos.
“Eu me vi louca, pensando nas crianças, em Alyssa, Arthur e Antônio. E eu já estava grávida de Aurora. Então, eu pedi um ponto comercial que meu pai tinha, porque eu precisava do ponto para trabalhar. Era a única forma que eu tinha de ter um lugar para conseguir ganhar dinheiro. Na minha casa não dava, principalmente com três crianças pequenas. Então, começamos a Dona Doce em uma garagem”, afirmou.
Yasmin Gouveia ao lado da placa do negócio que montou em Caruaru e cresceu durante a pandemia — Foto: Arquivo pessoal
Atualmente, Yasmin tem 10 funcionários na confeitaria, além dela e do marido, que deixou de lado a carreira como músico para se dedicar ao empreendedorismo ao lado da mulher. “Para mim, a Dona Doce é muito mais do que uma doceria, uma confeitaria. Ela é 50% do que eu sou. É o meu quinto filho. É uma realização para mim”, destacou a empreendedora, que fez questão de ressaltar a importância do marido, dos pais e da avó para construir o próprio negócio: “É uma família pequena, mas muito unida”.
Danubya Lima é profissional de educação física e empreendedora — Foto: Arquivo pessoal
Para Danubya, empreender foi uma necessidade, já que os pais dela sempre foram empreendedores. “Eu sempre quis mais. Quis sempre a possibilidade de crescer e poder ajudar outras pessoas a crescerem comigo. Tanto que, desde o começo do Studio, sempre tenho estagiários no quadro de colaboradores”, pontuou.
“Esses mesmos estagiários se formaram e continuaram comigo, alguns até hoje. E penso que ,se eu que sou da área não abrir portas para eles, quem vai abrir?”, destacou Danubya Lima.
Danubya no box de Crossfit que montou em Caruaru — Foto: Arquivo pessoal
Ao g1, a profissional de educação física tem uma mulher como maior inspiração: a mãe dela, Suzana Santos. “Eu cresci vendo ela começar um salão de beleza na nossa sala de casa e depois construir um salão enorme, ter uma grande clientela, até quando precisou parar por problemas de saúde. Ela sempre foi minha inspiração. Minha mãe sempre foi guerreira, forte, determinada, decidida e muito corajosa”, finalizou.
Por Joalline Nascimento, g1 Caruaru