As maiores taxas médias do ano foram registradas em estados do Nordeste e as menores, no Sul do país. Na passagem do terceiro para o quarto trimestre, desemprego recuou em apenas cinco estados.
Foto registrada em 25 de março de 2020 mostra mulher caminhando no centro de Madureira, na Zona Norte do Rio, com comércio fechado — Foto: Marcos Serra Lima/G1
Os impactos negativos da pandemia do coronavírus sobre o mercado de trabalho levaram 20 estados brasileiros a registrarem recorde da taxa média de desemprego em 2020. É o que apontam os dados divulgados nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os resultados regionais acompanharam a média nacional. Conforme divulgado pelo IBGE na última semana de fevereiro, a taxa média anual de desemprego do país em 2020 foi de 13,5%, a maior de toda a série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad).
Taxa média de desemprego por estado em 2020 — Foto: Economia G1
As maiores taxas foram registradas em estados do Nordeste e as menores, no Sul. Somente em sete estados a taxa de desemprego média do ano não bateu recorde. São eles: Pará, Amapá, Tocantins, Piauí, Pernambuco, Espírito Santo, e Santa Catarina.
Menos da metade da população ocupada
Em 15 estados, a maioria do Norte e Nordeste, o nível de ocupação ficou abaixo de 50% em 2020. Isso significa que menos da metade da população em idade de trabalhar nestes estados estava ocupada no ano. Na média nacional, foi a primeira vez que isso aconteceu.
O nível de ocupação mais baixo foi registrado em Alagoas. O Rio de Janeiro foi o único estado fora do Norte e Nordeste onde o nível de ocupação ficou abaixo de 50%.
Na maioria dos estados, mais da metade da população em idade de trabalhar estava desempregada em 2020 — Foto: Economia/G1
De acordo com o IBGE, a população ocupada em todo país foi reduzida em cerca de 7,3 milhões de pessoas na comparação com 2019.
Queda da informalidade reduziu a ocupação no país
O IBGE destacou que a crise no mercado de trabalho afetou, inclusive, o trabalho informal no país, considerado a porta de mais fácil acesso à ocupação. E foi a queda do número de trabalhadores informais a principal responsável pelos recordes da taxa de desemprego e baixo nível de ocupação.
São considerados trabalhadores informais, segundo o IBGE, aqueles ocupados sem carteira, os trabalhadores domésticos sem carteira, os empregadores sem CNPJ, os que trabalham por conta própria sem CNPJ e os trabalhador familiar auxiliar.
O levantamento mostrou que a taxa média de informalidade do país caiu 41,1% em 2019 para 38,7% em 2020. Entre os estados, 19 superaram a média nacional – variou de 39,1%, em Goiás, até 59,6% no Pará. Em sete desses estados, a taxa ultrapassou 50%. Apenas São Paulo (29,6%), Distrito Federal (28,2%) e Santa Catarina (26,8%) tiveram taxas de informalidade abaixo de 30%.
No 4º trimestre, apenas cinco estados registraram queda do desemprego
Na média nacional, a taxa de desemprego caiu de 14,6% para 13,9% na passagem do terceiro para o quarto trimestre. Entre os estados, no entanto, essa redução foi observada em apenas cinco: Minas Gerias, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Maranhão e Roraima.
““Em alguns outros estados, embora tenha havido uma tendência de redução da taxa, ela não foi significativa estatisticamente. A realidade da grande maioria dos estados brasileiros é de taxas bem maiores do que era um ano atrás”, afirmou a analista da pesquisa Adriana Beringuy.
Por G1/Daniel Silveira