Proposta tricolor não funcionou no primeiro tempo. Após cobrança no intervalo e troca dos laterais, atuação melhorou, mas novo tropeço evidencia dificuldade contra times na retranca
Ganso novamente teve atuação apagada em sua segunda partida pelo Fluminense — Foto: Lucas Merçon/Fluminense
Mais um jogo para se somar à recente estatística tricolor de dificuldade em superar retrancas. O ferrolho armado por Edson Souza no Resende para o jogo de sexta-feira em Moça Bonita deixou novamente o Fluminense com a bola nos pés e sem saber o que fazer com ela. Problema já observado anteriormente, até mesmo no jogo da última terça-feira pela Copa Sul-Americana, contra o Antofagasta, do Chile.
Especialmente no primeiro tempo do duelo válido pela segunda rodada da Taça Rio, a armadilha tricolor ficou evidente. Toques de bola para trás e para o lado para abrir espaços, fazer o adversário se movimentar. Atento, o rival percebeu a ratoeira, roubou o queijo e saiu ileso nos 45 minutos iniciais.
Os números do Footstats mostram que, apesar do 1 a 1, o domínio foi tricolor. Em passes, por exemplo, foram 553 certos e 24 errados do Fluminense, contra 157 certos e 27 errados do Resende. Faltou, no entanto, o passe decisivo. Os 70.9% de posse de bola não se transformaram em gols. Foram 15 finalizações dos tricolores, somente quatro certas, uma na rede. O Resende, com apenas três tentativas em todo o jogo, saiu com o empate.
A situação no primeiro tempo rendeu bronca no vestiário, troca de peças e uma melhora na etapa final que não foi suficiente para evitar o tropeço. A retranca do Resende mostrava duas linhas muito bem definidas de quatro jogadores. Com dois pouco à frente. Sem a bola, nenhum deles ficava sequer no grande círculo. Dez na defesa.
A esperança talvez pudesse ser a qualidade de Paulo Henrique Ganso. Mas era apenas o seu segundo o jogo, é preciso considerar falta de ritmo e entrosamento. Como todo o time tricolor no primeiro tempo em Bangu, esteve bem abaixo do esperado.
A defesa parecia se corrigir a cada tentativa de contra-ataque do Resende. Não sem motivo. Apesar de Fernando Diniz dizer que desfalques não foram determinantes, eles podem explicar a momentânea desorganização defensiva que permitiu o chute de Maxwell da entrada da área, marcando o gol na primeira finalização do Resende no jogo – a bola desviou antes de vencer Rodolfo.
Léo Santos teve contratação anunciada na quarta-feira e foi apresentado na véspera da partida contra o Resende — Foto: Lucas Merçon/Fluminense FC
Emprestado pelo Corinthians, Léo Santos foi anunciado na quarta-feira e , dois dias depois, fez sua estreia. Já como titular em um time diferente e, principalmente, com uma forma bem distinta de atuar, característica das equipes de Diniz. Fez dupla, pela primeira vez, com Matheus Ferraz. Para complicar, além da ausência de Digão, a proteção à zaga não tinha Bruno Silva e Aírton – todos suspensos. Mas Ferraz – como o treinador – acredita que o motivo para o empate foi outro.
– Deixamos cair um pouco no marasmo, o clima, assim, não sei. Isso foi o ponto principal para gente tomar o gol. Entramos desligados, eles tiveram a chance, a gente demorou para entrar no jogo. Essas coisas a gente não pode deixar acontecer. Às vezes as coisas não fluem como a gente quer, mas temos de evoluir. A gente tem consciência de que o que fizemos nesse jogo não foi bom, especialmente no primeiro tempo, e vamos trabalhar para não acontecer mais – avaliou Ferraz.
Com os laterais em dia ruim, o problema do meio campo congestionado se agravou. No vestiário, o puxão de orelhas que Diniz nem fez questão de esconder. Postura “sonolenta e dispersa”, nas palavras do próprio treinador na coletiva pós jogo. Ezequiel explicou:
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