Intuição ou o instinto são o resultado de vários processamentos que ocorrem no cérebro.
Intuição é o resultado de vários processamentos que ocorrem no cérebro (Foto: PIxabay)
Imagine o diretor de uma grande empresa anunciando uma importante decisão e justificando-a com base na intuição. Isso seria visto com incredulidade. Não é óbvio que decisões importantes devem ser pensadas cuidadosa, deliberada e racionalmente?
De fato, confiar na intuição geralmente traz má reputação, especialmente no mundo ocidental, onde o pensamento analítico tem sido constantemente promovido nas últimas décadas. Gradualmente, muitos passaram a pensar que os seres humanos progrediram do ato de confiar no pensamento primitivo, mágico e religioso para se fiar na lógica analítica e científica. Como resultado, as emoções e a intuição são vistas como falhas, até excêntricas.
No entanto, essa atitude se baseia no mito do progresso cognitivo. As emoções não são respostas assim tão burras que sempre precisam ser ignoradas ou até corrigidas pela aptidão racional. Elas são avaliações do que você acabou de vivenciar ou pensar sobre – nesse sentido, elas são também uma forma de processamento de informação.
A intuição ou o instinto também são o resultado de vários processamentos que ocorrem no cérebro. Pesquisas sugerem que o cérebro é uma grande máquina de previsões, constantemente comparando a informação sensorial e as experiências atuais com o conhecimento depositado e as memórias de experiências passadas. Cientistas chamam isso de “estrutura de processamento preditivo”.
Isso assegura que o cérebro está sempre preparado para lidar com as situações da melhor forma possível. Quando há uma incompatibilidade (algo que não foi previsto), seu cérebro atualiza o modelo cognitivo.
Essa compatibilidade entre os modelos anteriores (com base em experiências passadas) e experiências atuais acontece automática e subconscientemente. As intuições ocorrem quando seu cérebro estabelece combinações e incompatibilidades (entre o modelo cognitivo e a experiência atual), mas isso ainda não chegou ao não chegou ao nível da consciência.
Por exemplo, você pode estar dirigindo por uma rodovia no escuro ouvindo alguma música, quando de repente você tem a intuição de dirigir mais perto da faixa que divide a pista. Continuando na direção, você percebe que evitou um enorme buraco que poderia ter causado grande dano ao carro. Você fica feliz por ter confiado no seu instinto mesmo que não saiba de onde ele veio. Na realidade, o carro que está longe na sua frente fez um desvio parecido (pois nele estavam pessoas locais que conhecem a estrada), e você percebeu o movimento mesmo que não conscientemente.
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